O
Pavilhão da Comunidade de SFX
O
Pavilhão nasceu como uma resposta à insatisfação manifestada pela comunidade de
São Francisco Xavier com as condições em que a Secretaria de Estado da Cultura
produz o Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura. O Festival
apresenta um elevado nível de qualidade, tem projeção nacional, atrai um
significativo volume moradores e de turistas, e gera evidentes benefícios
econômicos para pousadas, restaurantes, lojas e pessoas que prestam serviços
temporários. Entretanto, é um evento totalmente produzido em São Paulo e que
usa SFX como cenário. Nunca fez parte de seu escopo mostrar a história, as
tradições e a cultura do Distrito, o que gerou em um sentimento de não
pertencimento em seus moradores, que se sentiram invadidos. Tampouco, o
Festival se propôs a trabalhar questões relacionadas à preservação do Meio
Ambiente, um dos fatores que contribui para que o “cenário” tenha seu verde
preservado e seja tão belo e agradável.
Surgiu
daí a ideia de criar um espaço onde a gente de SFX pudesse mostrar sua
história, sua cultura, suas tradições e sua preocupação com a preservação
ambiental, além de divulgar e viabilizar a comercialização do artesanato e dos
produtos rurais aqui produzidos.
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Barraca de produtor em 2011 |
No
início de 2011, a ideia foi levada ao Conselho Gestor da APA-SFX, que percebeu
que esse projeto poderia trabalhar temas que fazem parte de todos os Programas
de Gestão estabelecidos no Plano de Manejo. Foi então criada uma Câmara
Técnica, formada inicialmente por conselheiros, para implantá-lo e foi também
decidido que o Pavilhão seria realizado durante o Festival da Mantiqueira, de
forma a ampliar o alcance das atividades nele desenvolvidas, uma vez que esse é
o evento que atrai mais público a SFX. Ficou também estabelecido que as
atividades do Pavilhão seriam sempre complementares às do Festival da
Mantiqueira, buscando sempre enriquecê-lo e, nunca, concorrendo com ele.
Ao
longo do processo de planejamento, produção e montagem do Pavilhão, várias
pessoas de SFX se juntaram voluntariamente aos membros da Câmara Técnica, em
linha com a principal meta do Pavilhão que é ser da comunidade. Com o esforço de todos e o apoio da Fundação
Florestal, da PMSJC e de três entidades (Associação Cultural de Moradores de
Lavras - ALAVRAS, Espaço Cultural Ventos Uivantes - ECVU e ORBE – Trabalho,
Terra, Ambiente, Gente) e de algumas pessoas físicas, conseguimos sucesso.
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Barraca de produtor em 2011 |
Contamos
com 60 expositores, entre produtores rurais e artesãos e registramos mais de
4.000 visitantes nos dois dias do evento. Pesquisa realizada aleatoriamente
junto aos visitantes, durante os dois dias do evento, revelou que mais de 80 %
dos entrevistados eram moradores de SFX, o que comprovou o enorme interesse
despertado pelo Pavilhão na comunidade.
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Barraca de produtor em 2011 |
Em
2012, pudemos contar com importantes apoios da SABESP e da Secretaria de Estado
da Cultura, além da Fundação Florestal e da PMSJC. Com isso, pudemos adquirir
alguns materiais que serão usados nas outras edições e construir as barracas
com bambus, dando ao espaço um visual mais bonito e mais condizente com SFX.
Nesse 2º Pavilhão contamos com 58 expositores e tivemos 6.500 visitantes
durante os dois dias do evento, representando um aumento de mais de 60 % em
relação ao público de 2011.
Nas
duas edições do Pavilhão exibimos “banners” contando um pouco da história de
SFX e mostrando sua gente nas festas religiosas, no trabalho, no lazer. A
tradição dos tropeiros esteve presente através da exposição de objetos,
xilogravuras e vídeos. As apresentações de Catira e de Moçambique mostraram ao
público toda a força de suas tradições. Força também presente, associada ao
sentimento e à beleza, na música de raiz dos violeiros e sanfoneiros.
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Roda de viola e catira em 2012 |
A
questão ambiental também teve destaque, tendo sido apresentados, em tenda
especialmente preparada para esse fim, os projetos “Nas Zonas da APA-SFX” (2011)
e “Nos Sons da APA-SFX” (2012), desenvolvidos pelo ECVU em parceria com a EMEF
Mercedes Rachid Edwards.
Em
2012, uma das novidades foi a realização de duas rodas de conversas, que
contaram com a participação de ilustres convidados, para debater “SFX como
Produtor de Água” e “Atividades Produtivas Sustentáveis em SFX”.
Programação
do 3o Pavilhão da Comunidade SFX
Atividades
permanentes
Das
9:00 h às 21:00 h do dia 15 de junho e das 9:00 h às 17:00 h do dia 16 de junho
Barracas
de produtores
Cerca
de 25 produtores estarão expondo e vendendo sua produção local. Serão
encontrados vários petiscos regionais como bolinho caipira, caldinhos, joão
deitado e também mel, geléias, bolos, pães, queijos, trutas, cachaças, mudas de
plantas e árvores, entre outros.
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Reunião de produtores e artesãos para organizar a participação de todos |
Barraca
de artesanato
Formando
uma grande vitrine do artesanato local, esta barraca agrupa e expõe
coletivamente o trabalho de cerca de 30 artesãos e artistas de SFX.
Poderão ser encontrados trabalhos com costuras, linhas e agulhas como fuxico,
crochê, tricô, patchwork, como também cerâmica, reutilização de materiais,
estamparia entre outros.
10:00
h - Abertura do 3º Pavilhão da Comunidade SFX com alunos da EMEF apresentando a
cultura local com Catira e Moçambique.
A
Catira e o Moçambique são danças tradicionais da região e serão encenadas por
alunos da EMEF Mercedes Rachid Edwards, sob a orientação da professora Jucilene
Moura.
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Catira e Moçambique em 2012 |
10:00
h às 13:00 h, 14:30 h às 16:30 h, 18:00 h às 21:00 h - Instalação: “A APA SFX
em Cena”, na tenda de Educação Ambiental e “Maquiagens Ambientais”, na barraca
ao lado.
A
tenda de Educação Ambiental
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Aula de educação ambiental, com maquete da SEMEA e
relevo de nossa APA. |
A
instalação “A APA SFX em Cena” é uma realização do Espaço Cultural Ventos Uivantes,
o ECVU, em parceria com a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a SEMEA, a EMEF Mercedes Rachid Edwards,
a EE Armando D’Oliveira Cobra e
inúmeros membros e amigos da comunidade de SFX.
A
instalação visa trazer os conceitos contidos no zoneamento do Plano de Manejo
da APA SFX e a materialização do que venha a ser a sustentabilidade, neste
contexto. A oficina de cenário do ECVU, com a SEMEA, ocorrida no primeiro
semestre de 2013, com alunos das duas escolas acima citadas teve o papel
central na construção desta tenda de educação ambiental. Estes alunos tiveram
conhecimento artísticos, através das aulas da artista plástica Cinthia Crelier,
e conceitos ambientais ministrados pelo Roberto Fachini, do ECVU, e Luciano
Machado, da SEMEA.
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Alunos da pré-escola fazem flores. |
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Turma do ECVU produzindo. |
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Aula de pintura e cenário, na EE Armando Cobra. Caixa
de criação de abelha, produto sustentável, para a instalação. |
Além
de criações plásticas capitaneadas pela oficina de cenário, a instalação ainda
terá sons que trarão o ambiente da APA SFX. Estes sons foram idealizados pelo
parceiro e compositor de música nova, radicado em Nova Iorque, Felipe Lara e na
engenharia de som o Flávio Tsutsumi, membro do ECVU. Ainda nas contribuições
para o cenário, tivemos a parceria com a professora Carmem e seus alunos da EE,
na confecção de “casas”, da professora Débora e seus alunos da EMEF, nos
“peixes”, da professora Lucimara Diniz e seus alunos da Pré-escola de SFX, nas flores pintadas, e da Inez e seus alunos da Nova Acrópole, nos pássaros em papel
machê. As folhas secas para o chão
da instalação foram uma colaboração dos funcionários da subprefeitura e da
Urbam que fazem a limpeza de nossa SFX. O Marcelo e equipe de maquiagem da Guta
Bodick, do Institu
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Alunos de oficina de artes da EMEF |
to Criar de TV,
Cinema e Novas Mídias, parceira do ECVU, trarão o Muriqui, símbolo de nossa
APA, ao “vivo” para a “APA SFX
em cena”.
Novos
parceiros ainda entrarão em cena até o dia do pavilhão, mas esta informação
somente teremos no futuro.
A
barraca de “Maquiagens Ambientais”
Esta
barraca é uma realização do ECVU, como trabalho de conclusão de oficina de
Maquiagem para foto e vídeo envolvendo jovens de SFX, e parceria com o
Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias no ensaio fotográfico que criou os
5 painéis ecológicos (onça, coruja, curupira, árvore e o muriqui que simboliza nossa APA) que decorarão a
barraca.
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Final do ensaio fotográfico no ECVU |
No
Pavilhão, esta barraca estará fazendo maquiagens com motivos ambientais nos
visitantes que desejarem, divulgando, assim, ensinamentos sobre o que é a APA
SFX.
A
barraca da SEMEA com oficinas
Esta
barraca trará o resultado de oficinas que serão realizadas no início de junho,
semana do maio ambiente, e, eventualmente, será realizada uma oficina no
momento do pavilhão.
11:00
h às 11:50 h - Exibição musical dos jovens do Projeto Guri de SFX.
O
Projeto Guri tem por missão promover, com excelência, a educação musical e a
prática coletiva de música, tendo em vista o desenvolvimento humano de gerações
em formação.
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Apresentação aos pais e convidados dos alunos do projeto Guri. |
O
polo do Projeto Guri em SFX é fruto de uma parceria da ORBE e da EE Armando
D’Oliveira Cobra com a AAPG – Associação dos Amigos do Projeto Guri. Conta
também com a colaboração da EMEF Mercedes Rachid Edwards, de onde provém a
maioria de seus alunos. Atualmente o polo atende a 112 alunos, na faixa etária
de 9 a 17 anos.
13:00
h às 14:30 - Mulheres e desenhistas fazem e mostram suas artes.
A
tenda principal do 3o Pavilhão da Comunidade SFX, onde serão
realizados debates e outras
apresentações, será decorada com inspiração nos grupos de mulheres da região e
seus trabalhos com bordados, fuxicos, reaproveitamento de PET e outros
produtos.
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Desenhistas, mulheres e alunos da EMEF. |
Para
complementar este cenário, artistas parceiros do ECVU e liderados pelo artista
Ernesto Bonato fizeram desenhos e pinturas destes grupos de mulheres reunidos
para produzirem, “fuxicarem” e compartilharem suas guloseimas nos intervalos
destas reuniões. O resultado do trabalho das mulheres e destes artistas forma
uma obra única, que será colocada como cenário de fundo das apresentações e
debates.
Para
dar vida a tudo isso, nesta uma hora e meia, mulheres de todos os grupos e
estes artistas estarão revivendo este processo ao vivo, com novos bordados e
desenhos.
15:00
h às 15:40 h - Roda de música contemporânea, com músicos de SFX.
Músicos
da região farão uma roda de música contemporânea, sem microfones ou palcos
distanciando platéia e artistas.
16:00
h às 18:00 h - Telão com o jogo do Brasil na Copa das Confederações.
18:00
h às 19:20 h - Roda de conversa “O Lixo e o Meio Ambiente: quais as melhores
soluções para SFX ?”
Dando
continuidade à programação da Semana do Meio Ambiente, cujo tema central será a
questão do lixo no Distrito, teremos uma roda de conversa com especialistas no
tema, mediada pelo Renato Lorza, da Fundação Florestal e Presidente do Conselho
Gestor da APA-SFX. A proposta é que sejam discutidos os aspectos mais impactantes
da gestão dos resíduos sólidos e apontadas as soluções mais adequadas e viáveis
para SFX.
19:30
h às 21:00 h – Roda de música regional e Catira.
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Nossos artistas locais. |
Diversos
músicos e praticantes da Catira de nossa comunidade trarão as rodas de viola e
a dança tradicional. A ORBE, através de convênio mantido com a Secretaria de
Estado da Cultura, tem dado apoio ao grupo de Catira, buscando preservar a
prática dessa tradição e promover a sua transmissão às novas gerações de SFX.
10:00
h - Apresentação dos praticantes de Taekwondo de SFX.
Jovens
e adultos, liderados pela professora Vanessa Diniz, farão uma apresentação de Taekwondo. Estas
apresentações públicas já fazem parte dos costumes deste grupo que conta com
cerca de 120 alunos e costumam trazer um grande público de parentes, amigos e
apreciadores desta arte.
10:00
h às 13:00 h, 14:30 h às 16:30 h
às 17:00 h - Instalação: APA SFX em cena, na tenda de Educação Ambiental
e “maquiagens ambientais”, na barraca ao lado.
Idem
sábado
11:00
h às 11: 40 h - Ballet, Nei Kung e poesia de alunos da Nova Acrópole
Alunos
da Nova Acrópole trarão um pouco do que é desenvolvido nesta instituição em
SFX.
14:00
h às 15:20 h - Roda de conversa “A Cultura de SFX: ontem, hoje e amanhã”
A
transformação da economia local, resultante do incremento do turismo e da
criação da APA (Área de Proteção Ambiental), impactou significativamente a
cultura local, ameaçando os costumes tradicionais e provocando o nascimento de
novos valores. A proposta é discutir esse processo e procurar identificar
formas de construir o novo sem perder as referências culturais. Sem esse
processo, os moradores nativos das áreas rurais serão marginalizados da
construção da nova realidade econômica e social.
Este
tema será debatido pelos convidados Alcemir Palma, sociólogo e Presidente da
Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Lilian Sales, doutora em Antropologia e professora da Unifesp,
e Ronaldo de Souza, membro da comunidade
e conhecedor das várias manifestações culturais locais.
15:30
h às 17:00 h - Encerramento com roda com música regional.